Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

27.10.13

PASSADO, PRESENTE E FUTURO.




Por 
Felipe de Moraes

Todo passado é composto
De um objetivo nobre.
O presente é quem nos mostra
O que a lembrança encobre.
O futuro é uma incógnita.
Que antes, ninguém descobre.

No passado em meu sertão
Sol quente desde manhã
Presente de vez em quando
Saudade se faz vilã.
Futuro, aí, só Deus sabe
O dia de amanhã.

Passado as vezes nos deixa
Pensativo e absorto 
Presente alguns desfrutam:
Riqueza, fama e conforto
Futuro, Deus é quem sabe
Quem vai estar vivo ou morto.

Passado é quem nos traz
Presente como um troféu
Sonhos que se realizam
Andanças de déu em déu
Futuro é esperança
De irmos todos pro Céu.

Passado andamos ao léu
Tendo total liberdade
Presente com prós e contra
Fazendo o que tem vontade
Futuro em lugar incerto
Na nossa sociedade.

Passado que nos recorda
Momentos de dor e prazer
Presente tem obstáculos 
Para galgar e vencer
Futuro Deus determina
O que vai acontecer.

Passado é bem assim:
O que foi bom nos ensina
Presente é a escola
Que prepara a disciplina
Futuro só Deus nos bota
Onde ELE determina.

Passado que me prendeu
Nos meus sonhos de menino
Presente que me encoraja
Seguir sempre um bom destino
O meu futuro é entregue
Nas mãos do SENHOR DIVINO

Passado onde se fez
O que é certo e errado.
Presente a gente procura
Seguir bem orientado
Futuro de cada um
Por DEUS está preparado..

Passado fica marcado
Por ser claro ou obscuro.
Presente é a expectativa
De fazer o certo e seguro
Na esperança de ser 
Bem mais feliz no futuro.

Meu passado está ausente
E com ele os meus brinquedos.
Meu presente é uma luta
Que enfrento sem sentir medo
Meu futuro é cheio de planos
Mas por enquanto é segredo.



Figura: site minilua.com/o-tempo-nosso-senhor


Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.

20.10.13

DIA DA CRIAÇÃO (Vinicius de Moraes)















Poesia de Vinicius de Moraes em 

Dia da Criação

“Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há um tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.”

Ilustração: site filosandartes.wordpress.com 

19.10.13

CALADOS (Poema de Felipe de Moraes)


Por
Felipe de Moraes
(Gonçalo Felipe)

ESTOU AQUI SEM LHE FALAR NADA
VOCÊ AÍ SEM NADA MAIS DIZER
COMO QUÊ FAZENDO ESTUDOS
FICAMOS DELICIOSAMENTE MUDOS
ATÉ DE NOVO ACONTECER.

O PISAR MACIO DA FERA
QUE VOCÊ, BESTA A CHAMOU 
SE VOCÊ FALOU DE VERA
UM COMPASSO DE ESPERA
O NOSSO TEMPO VIROU.

HOJE DEIXE, PELO MENOS
A JANELA TODA ABERTA
FINJA ENTÃO NÃO PERCEBER
QUANDO O VENTO APARECER
QUE SOU EU QUE LHE ACERTA

DEPOIS O SOL INVADINDO
SEUS DOMÍNIOS SEM PEDIR
DE MODO ASSIM DE REPENTE
EU CHEGUEI À SUA MENTE
OLHANDO O SOL A SORRIR.

Foto: site zazzle.com.br

Gonçalo Felipe (Felipe de M
oraes)
 é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.

COMEMORANDO O CENTENÁRIO DE VINICIUS DE MORAES

A CIDADE ANTIGA


Vinicius de Moraes

Rio de Janeiro , 2004


Houve tempo em que a cidade tinha pelo na axila 
E em que os parques usavam cinto de castidade 
As gaivotas do Pharoux não contavam em absoluto 
Com a posterior invenção dos kamikazes 
De resto, a metrópole era inexpugnável 
Com Joãozinho da Lapa e Ataliba de Lara. 

Houve tempo em que se dizia: LU-GO-LI-NA 
U, loura; O, morena; I, ruiva; A, mulata! 
Vogais! tônico para o cabelo da poesia 
Já escrevi, certa vez, vossa triste balada 
Entre os minuetos sutis do comércio imediato 
As portadoras de êxtase e de permanganato! 

Houve um tempo em que um morro era apenas um morro 
E não um camelô de colete brilhante 
Piscando intermitente o grito de socorro 
Da livre concorrência: um pequeno gigante 
Que nunca se curvava, ou somente nos dias 
Em que o Melo Maluco praticava acrobacias. 

Houve tempo em que se exclamava: Asfalto! 
Em que se comentava: Verso livre! com receio... 
Em que, para se mostrar, alguém dizia alto: 
"Então às seis, sob a marquise do Passeio..." 
Em que se ia ver a bem-amada sepulcral 
Decompor o espectro de um sorvete na Paschoal 

Houve tempo em que o amor era melancolia 
E a tuberculose se chamava consumpção 
De geométrico na cidade só existia 
A palamenta dos ioles, de manhã... 
Mas em compensação, que abundância de tudo! 
Água, sonhos, marfim, nádegas, pão, veludo! 

Houve tempo em que apareceu diante do espelho 
A flapper cheia de it, a esfuziante miss 
A boca em coração, a saia acima do joelho 
Sempre a tremelicar os ombros e os quadris 
Nos shimmies: a mulher moderna... Ó Nancy! Ó Nita! 
Que vos transformastes em dízima infinita... 

Houve tempo... e em verdade eu vos digo: havia tempo 
Tempo para a peteca e tempo para o soneto 
Tempo para trabalhar e para dar tempo ao tempo 
Tempo para envelhecer sem ficar obsoleto... 
Eis por que, para que volte o tempo, e o sonho, e a rima 
Eu fiz, de humor irônico, esta poesia acima


***
Foto: site biografia.inf.br

16.10.13

NA CARTILHA DE TIA ISA




Por     Dalinha Catunda
*
Na cartilha de tia Isa
Aprendi o bê-á-bá
Na cidade de Ipueiras
No sertão do Ceará
Aprendi até a lenda
Do gato Maracajá
*
A sua principal arma
Era a tal delicadeza,
Ensinava a tabuada
Sem palmatória na mesa
Como mestra dedicada
Nunca mostrou aspereza.
*
Ser professora pra ela,
Era sagrada missão
Dedicando-se ao ensino
Dele fez sua profissão
Espalhando seu saber,
Difundindo educação.
*
Na historia de Ipueiras,
Seu nome escrito ficou.
Professora de renome,
Que a cidade conquistou,
Isa Catunda de Pinho,
Bela história ilustrou.
*
Foto e texto
Dalinha Catunda

12.10.13

CRIANÇA ONTEM E HOJE


CRIANÇA ONTEM E HOJE

Por Dalinha Catunda
*
Tudo era tão diferente
Nos meus tempos de criança
As brincadeiras antigas
Eu guardo bem na lembrança
Nas brincadeiras de roda
Eu cirandava na dança.
*
Brinquei de bola de gude,
Amarelinha e peteca,
Junto com minhas amigas
Brinquei muito de boneca,
De trisca e esconde-esconde,
Sempre fui muito sapeca.
*
Hoje a coisa está mudada
Não tem movimentação
Menino não joga bola
E nem solta mais pião,
Seu mundo é a internet
Sua vida a televisão.
*
Versos e foto de DalinhaCatunda

9.10.13

Estudo falso é aceito para publicação em mais de 150 revistas

Impressionante!
  
Fonte: Coluna Imagine só, do Herton Escobar, 03/10/2013

Estudo falso é aceito para publicação em mais de 150 revistas

Imagine só o seguinte experimento: Você escreve um trabalho científico falso, baseado em dados falsos, obtidos de experimentos sem validade científica, assinado com nomes falsos de pesquisadores que não existem, associados a universidades que também não existem, e envia esse trabalho para centenas de revistas científicas do tipo “open access” (que disponibilizam seu conteúdo gratuitamente na internet) para publicação. O que você acha que aconteceria?
Pois bem, um biólogo-jornalista norte-americano chamado John Bohannon fez exatamente isso e os resultados, publicados hoje pela revista Science, são aterradores (para aqueles que se preocupam com a credibilidade da ciência): ele escreveu um trabalho falso sobre as propriedades supostamente anticancerígenas de uma molécula supostamente extraída de um líquen e enviou esse trabalho para 304 revistas científicas de acesso aberto ao redor do mundo. Não só o trabalho era totalmente fabricado e obviamente incorreto (com falhas metodológicas e experimentais que, segundo Bohannon, deveriam ser óbvias para “qualquer revisor com formação escolar em química e capacidade de entender uma planilha básica de dados”), mas o nome dos autores e das instituições que o assinavam eram todos fictícios. Apesar disso (pasmem!),  mais da metade das revistas procuradas (157) aceitou o trabalho para publicação. Um escândalo.
O que isso quer dizer? Quer dizer que tem muita revista “científica” por aí que não é “científica” coisíssima nenhuma. E que o fato de um estudo ter sido publicado não significa que ele esteja correto (pior, não significa nem mesmo que ele seja verdadeiro para começo de conversa). A ciência, assim como qualquer outra atividade humana, infelizmente não está isenta de falcatruas.
E o que isso não quer dizer? Não quer dizer que o sistema de open access seja intrinsecamente falho ou inválido. Certamente há revistas de acesso livre de ótima qualidade, como as do grupo PLoS, assim como há revistas pagas de baixa qualidade que publicam qualquer porcaria. Nenhum sistema é perfeito. Até mesmo a Science publica umas lorotas de vez em quando, assim como aNature e outras revistas de alto impacto, que empregam os critérios mais rígidos de seleção e revisão. Além disso, o fato de uma revista ser gratuita não significa que ela não tenha revisão por pares (peer review) e outros filtros de qualidade. Assim, o que deve ser questionado não é a forma de disponibilizar a informação, mas a forma como ela é selecionada e apurada — em outras palavras, a qualidade e a confiabilidade da informação, não o seu preço.
relato de Bohannon acaba de ser publicado no site da Science, dentro de um pacote de artigos intitulado Comunicação na Ciência: Pressões e Predadores.
Nessa mesma temática, a revista Nature publicou recentemente também uma reportagem sobre o escândalo envolvendo quatro revistas científicas brasileiras que foram acusadas de praticar citações cruzadas — ou “empilhamento de citações”, em inglês –, esquema pelo qual uma revista cita a outra propositadamente diversas vezes, como forma de aumentar seu fator de impacto (e, consequentemente, o prestígio dos pesquisadores que nelas publicam). As revistas são ClinicsRevista da Associação Médica BrasileiraJornal Brasileiro de Pneumologia Acta Ortopédica Brasileira.
O suposto esquema foi descoberto pela empresa Thomson Reuters, maior referência internacional na produção de estatísticas de publicação e citações científicas. Como punição, as quatro revistas tiveram seu fator de impacto suspenso por um ano. A reportagem pode ser lida neste link: http://www.nature.com/news/brazilian-citation-scheme-outed-1.13604. O texto inclui explicações de alguns dos atores envolvidos e aborda as críticas aos padrões de avaliação da CAPES, bastante frequentes na comunidade científica brasileira, por enfatizar de maneira supostamente exagerada o fator de impacto das revistas.

Post atualizado às 20h de 4/10/2013.

NOTA DO BLOG: FONTE DA FIGURA: site cadernodemensagens.net