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O Serrote está branquinho,
Já começou a trovejar,
- Menino vai trazer lenha!
Ouvia mamãe gritar.
- Tira a roupa do varal
Lá se vem um temporal
E corre pra não molhar!
*
Era a fartura das águas
Um festival de alegria,
Menino enchendo pote,
Lata de vinte e bacia,
Era grande a animação
Alagando meu sertão
Que encharcado sorria.
*
E a meninada corria
Pra se banhar nas biqueiras.
Nos quintais e nas calçadas,
Choviam as brincadeiras.
Eita gostosa lembrança,
Dos meus tempos de criança
Na cidade de Ipueiras.
*
O barquinho de papel
Sumia na correnteza,
Diante do meu olhar
Que em tudo via beleza
“Cai chuva de lá do céu”
“Cai chuva no meu chapéu”
Eu cantava a natureza.
*
Só sei que  viro menina,
Quando volto ao meu recanto.
Pois minha alma nordestina
Vai se vestindo de encanto.
Lá tudo me contagia,
Vou aspirando magia
E transformando-a em canto.
Texto e foto de Dalinha Catunda
Maria de Lourdes Aragão Catunda, nascida em Ipueiras-Ceará, é conhecida nos meios literários como Dalinha Catunda, é poetisa, cordelista e cronista, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Também tem blog próprio - cantinhodadalinha.blogspot.com.
Bem vinda mais uma vez querida amiga poetisa.Parabéns pelo seu trabalho.
ResponderExcluirBj.
Olá Jean Kleber,
ResponderExcluirObrigada mais uma vez por este espaço que você sempre abre para minhas postagens de de outros autores. Mes quando não deixo meu comentário estou sempre passando por aqui.
Um abraço carinhoso,
Dalinha