PorMarcondes Rosa de Sousa
Jornal da Ciência (SBPC), 26 de Julho de 2002.
Três dias, em São Luiz. Sob afagos da história, da arte e dos 'lençóis maranhenses', lá estávamos, os Conselhos Estaduais de Educação do país, a pôr em balanço o itinerário de nossa educação: o quanto andamos e o árido chão por ainda trilhar rumo ao porto da formação do cidadão, do profissional e da pessoa (art. 205 da Constituição Federal).
Inegáveis avanços, decerto: a universalização quase do ensino fundamental e a expansão da superior, nesse cômputo. No entanto, reparos a se apontar na educação básica, onde pífio cuidado com a educação infantil (incipiente com a média) reclama olhar mais atento, apoio e financiamento.
Trôpegas, as passarelas entre a escola o os mundos do trabalho e da cidadania, que solidários se exigem. E, na área superior, expansão em atropelo clama por disciplina e ajuste às necessidades sociais, à vida moderna e ao desenvolvimento regional e humano.
Nesse afã, legítima, recomenda-se a via da educação a distância: a) para a democratização do acesso aos excluídos da escola; b) para a escolarização possível aos em condições especiais de espaço e de tempo; c) como disponível forma de educação continuada.
Palavra de ordem, nessa tarefa, há de ser a 'colaboração', em sua genuína acepção de 'trabalho em conjunto' (vertical e colateral), entre os entes federativos, no largo amplexo da 'negociação' entre os plurais atores da vida social.
No encontro, dissonâncias compuseram-se em acordes, sob o tato da presidente anfitriã, Maria Lúcia Martins, grafados na 'Carta de São Luiz' (a ser entregue à Nação, governos e candidatos), a nos ter todos por 'Pero Vaz de Caminha', na transição atual do Brasil.
Esperança nossa é que a educação, mais que viagem, seja o destino dos brasileiros: cidadãos, a se incluir na vida social; profissionais, partícipes e beneficiários da construção econômica; pessoas, a integrar o projeto coletivo e transcendente do povo!
Foto de São Luiz: site portalaz.com.br/noticias/turismo/101216/3
Nota do blog: o presente texto refere-se à XVIII Reunião Plenária do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, realizado de 17 a 19 de julho de 2002 em São Luiz-Ma, onde foi elaborada e aprovada a "Carta de São Luís" e o "Pacto dos Conselhos Estaduais de Educação para a oferta de Cursos a Distância"
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Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais.
Gostaria de ver professor Marcondes na reuniões do Forum nos dias de hoje. Experiência, conhecimento, formação são as marcas de sua personalidade, sempre procurando unir as cabeças para o equacionamento da problemática da área. Grande artigo!
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