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18.7.08

O POMAR DE AÚ

PorLuiz Alpiano Viana

A noite fria e chuvosa
Embaçava a luz da lua.
A grama verde e cortada
Era um convite audaz
Festejando a madrugada.

Chão em pluma de granizo
Que pouca gente enxergava,
Que se assemelha a estrelas,
Como pingos de esmeralda.
Não era um simples orvalho,
Era Deus que me guardava.

Luzes de múltiplas cores
Pestanejam como um raio,
E brilham como cristais
Com ar d'aurora Divina
Que só me lembram de paz
De criança e de menino.

Um estaleiro de olhinhos
Acesos e pequeninos
Que incansáveis, me olham,
Quem os colocou pra mim?

Foste tu, Aú,
Para me fazer sorrir?
Fostes Vós, Senhor,
Para eu ser temente assim?

Assustei-me e até chorei,
Pois nunca tinha pisado
Em tão macio tapete!

Foi o anjo da aldeia
De José e de Maria
Que me mandou vir aqui
Para sentir o meu Deus
Na grama de um jardim.
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Foto: detalhe interno da Bica do Ipú, uma das maravilhas da natureza no Ceará. Foto do acervo do blog.
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Luiz Alpiano Viana, nascido e criado em Ipueiras, morou mais tarde em Crateús. Atualmente é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Morou no Distrito Federal até meados de 2007 quando finalmente voltou a morar no Ceará, em Fortaleza.

3 comentários:

  1. Belíssima poesia que nos enviou nosso amigo Alpiano. Versos tocantes. Alpiano contribue neste evento como poeta. Sempre o conhecemos como cronista. Agradável revelação.Parabéns, amigo.

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  2. Linda poesia meu amor!!eu já a conhecia,mas sempre que a leio me deixa enternecida!Parabéns!!beijos Graça Chaves

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  3. Bela poesia Alpiano!!!! Parabéns!!!
    Ipueiras é terra de "barro bom " para poetas.
    Um Abraço,
    Dalinha Catunda

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